A diferença entre as atitudes que desejo ter e as que pratico

Um dos livros que mais gostei de ler e que revolucionou a minha forma de me sentir, foi sem dúvida "A Coragem de ser Imperfeita" - da Brené Brown.

Ultimamente tenho partilhado este conceito com as minhas mães em transformação e essa inspiração traz-me aqui, a esta partilha contigo.

Nós não temos de ser "perfeitas", e é verdadeiramente assustador esse conceito e esse lugar da "perfeição"!

Um lugar onde todos falam e sabem tudo, mas na verdade é um lugar que nos impede de praticar a nossa autenticidade, em que muitas das nossas atitudes que temos na prática, são quase como que uma tentativa desesperada de nos sentirmos inteiras, e verdadeiras na nossa essência.

Quase que como uma desculpa para não agirmos de acordo com o que desejamos, sonhamos, ou com as atitudes que achamos serem as mais corretas, por receio de sermos vistas como umas ET´s, umas mães "permissivas" aos olhos dos outros.

Hoje eu desejo que muito mais famílias possam experienciar o poder da conexão, da partilha, do respeito, da gratidão, da integridade e do amor. Valores que me orientam e me fazem sentir que estou no caminho certo.

Mas existem momentos na nossa vida, que nos fazem distanciar desses mesmos valores, caso eles não estejam integrados nas nossas rotinas e não estejam presentes nas nossas ações, ou ainda quando não os colocamos em prática.

Muitas das vezes nós mães, queremos transmitir valores de integridade ou responsabilidade aos nossos filhos, mas será que as nossas ações diárias estão alinhadas com esses valores?

Imagina comigo, que tu és uma mãe que quer atribuir responsabilidade pessoal ao seu filho. Porque achas que ele já tem idade para tomar conta das suas coisas e porque achas que é importante dares essa mesma responsabilidade.

Mas o que acontece de verdade?

Cada vez que o teu filho, vai começar a fazer algo para cumprir, o que é que ele recebe de ti?

Deixa, eu ajudo-te!

Não fazes nada a tempo, como te peço, para isso faço eu que vai mais rápido…

Prefiro fazer para não me chatear…

Aquilo que ele vê, é o que ele vai assumir como certo,

A mãe faz melhor, a mãe faz mais rápido.

A mãe faz o jantar, passa a ferro, arruma. A mãe prepara a mochila e a lancheira da escola.

A mãe escolhe e decide o que o filho deve ou não vestir.

A mãe prepara o pequeno almoço.

A mãe carrega a mochila para o carro, e ainda a leva até a entrada da escola, onde se despede com um beijinho e um amo-te muito!


O que o filho vê?


Que a mãe é feliz a fazer tudo aquilo. Através das suas atitudes ele vê que a mãe é que faz tudo, que ninguém sabe fazer como ela.


E sim, é uma verdade, nós mães assumimos essas atitudes e temos esses comportamentos, mas depois andamos a discutir e a gritar que ninguém faz nada e que ninguem ajuda.


É importante que reflitas, no que poderá estar por detrás das tuas atitudes, quais os pensamentos que tens:

1. Eu faço tudo, porque faço melhor e mais rápido. Eu faço porque ele não sabe, não consegue e não é rápido o suficiente;

2. Ohhhh ele ainda é pequeno e não consegue fazer;

3. Faço eu, porque já lhe disse tantas vezes para fazer e não o faz.


São os teus pensamentos que te irão gerar sentimentos, que por sua vez se traduzem em ações e comportamentos.

É preciso identificar o que está por detrás desses teus comportamentos.


Será a tua necessidade de controlo? Essa necessidade está baseada no medo, medo que algo te escape. Uma procura pela segurança que não existe e pela incerteza que quase sempre é certa.


Se eu pensar que sou eu que faço sempre tudo, que é tudo eu, eu estou a assumir as responsabilidades que são minhas, ou estou a assumir as responsabilidades de todos os outros? Inclusivé do meu filho?


Como é que o teu filho poderá entender, o que é da responsabilidade dele? Se as tuas atitudes estão desconectadas do que desejas, e que provavelmente ele nem sabe o que desejas, porque tu nem comunicas isso de forma simples e adequada.

É importante aqui que definas limites!

Limites não é mais do que definires com o teu filho, o que é responsabilidade da mãe e o que é responsabilidade do filho.

Deixo-te algumas questões que poderás refletir:

• O quarto dele é dele ou meu?

• A responsabilidade de o limpar, é dele ou minha?

• O meu filho traz tpc´s, é ele que os faz ou sou eu?

• O jantar, sou eu que faço sempre, ou preciso de ajuda?

• Eu arrumo as minhas roupas, e as do meu filho quem arruma, eu ou ele?

• Eu preparo as minhas coisas. E as dele? Será que eu também as preparo e lhe retiro essa responsabilidade?

• Fazer a mochila, é minha responsabilidade ou dele?

• Vestir, calçar, higiene…


Quanto mais cedo lhe fores transmitindo confiança para o fazer, mais leve te vais sentindo no seu crescimento.


Queres que o teu filho seja responsável, promove essa responsabilidade. Não anulando o que ele já vai fazendo, mas incentivando e reconhecendo sempre o seu esforço.


Avalia bem, o que é da tua responsabilidade e o que é dele…

Avalia se as tuas atitudes estão alinhadas com as tuas intenções…

Avalia as tuas necessidades e as necessidades dele…

O que te tem impedido de colocares tudo isso em prática?


"Não precisamos ser perfeitas, mas temos que estar atentos e comprometidos para alinharmos os nossos valores com as nossas atitudes. E devemos estar bem preparadas… assumindo alguns riscos".

Brené Brown


Obrigada a todas vocês mulheres "imperfeitas" que me continuam a inspirar todos os dias.

Um abraço

Maria Infante


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Categorias: : Parentalidade Consciente

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